O
"Catetinho", 1a. obra de Brasília, era uma construção simples de
madeira, sobre pilotis, desenhada por Oscar Niemeyer, que alguns
amigos de Juscelino edificaram às próprias custas em pouco mais
de dez dias e que se transformou em precioso ponto de apoio para
todos, naqueles difíceis momentos iniciais dos trabalhos de construção
da nova Capital. É de justiça que aqui se faça uma referência especial
a essa pequena-grande obra, como homenagem àqueles que, antes de
todos, proclamaram sua fé no empreendimento e o fizeram através
do gesto afirmativo de fincar o primeiro esteio e acender a primeira
luz, quando tantos se acomodavam na inércia da indiferença ou se
consumiam no combate surdo e malicioso ao impulso criador da obra
portentosa.
A “inauguração” do Catetinho aconteceu no dia 10 de novembro. Juscelino
chegou por volta do meio dia. Estavam com ele Israel Pinheiro, o
cunhado de Juscelino Júlio Soares, o Deputado Renato Azeredo, o
jornalista José Morais e o Major Dilermando Silva. Chovia torrencialmente.
Ao percorrer a casa, Juscelino mostrou-se surpreso com a rapidez
do trabalho e os resultados alcançados. De fato a casa oferecia
o conforto indispensável: luz elétrica, geladeira, rádio, água corrente
fria e quente e mobiliário adequado, embora bem simples. A água
era captada numa nascente próxima e elevada até um conjunto de tambores
presos aos galhos de uma árvore alta. A luz elétrica provinha de
um gerador diesel de 75kVA, instalado no dia 25 de outubro, data
em que se fabricou o primeiro gelo em Brasília...
Naquela noite, dormiram todos no Catetinho, voltando ao Rio na manhã
seguinte.
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