Elege-se Governador.
Os 23 membros deveriam escolher através do voto quem seria o candidato do partido ao Governo de Minas nas próximas eleições: JK ou Bias Fortes. JK venceu por 3 votos e sua candidatura foi homologada no dia 30 do julho. Imediatamente deu-se início a sua campanha. O binômio “Energia e Transporte” seria o tema da mesma, assim como suas realizações frente à Prefeitura de Belo Horizonte. JK elege-se governador de Minas Gerais em 3 de outubro de 1950.
JK assumiu o Governo de Minas Gerais no dia 31 de janeiro de 1951. Foi para ele uma experiência gratificante e da máxima importância uma vez que foi necessário o uso total de sua capacidade e dinamismo. JK quis desenvolver um governo à altura das expectativas daqueles que nele haviam votado. Suas propostas eram audazes, o que suscitou uma série de divergências dos seus opositores.
Porém ele sabia que a melhor forma de comprovar a sua eficiência era através do trabalho, e assim o fez. JK sabia perfeitamente das condições em que se encontrava o estado, pois, mesmo antes de tomar posse do cargo, ele já havia adquirido informações concretas sobre os assuntos mais importantes referentes à sua administração.
Minas Gerais parecia parada no tempo. Apesar de haver na época mostras de desenvolvimento em um número resumidíssimo de regiões, por exemplo, na região de Juiz de Fora, que possuía um Núcleo Industrial desenvolvido, o estado não possuía nem potencial energético e nem estradas. Portanto, JK tratou de desenvolver estes dois setores o mais rápido possível. Pretendia, assim, dar andamento àquilo que havia prometido ao povo de Minas Gerais através do binômio que dinamizou sua campanha: “Energia e Transporte”.
Era necessário, portanto, elevar o potencial energético do Estado, que na época era de 205 mil KW, para pelo menos 600 mil KW, e implantar um novo sistema de comunicações através da construção de 3 mil km de estradas. Para desenvolver este trabalho, o apoio efetivo do povo era imprescindível e, a fim de demonstrar a sua afeição e respeito a este, JK, logo que assumiu, tratou de elaborar alguns planos para por em dia o pagamento do funcionalismo público. Para tal, era necessário sanar as dívidas que JK havia recebido do Governo anterior, que estava na época por volta de 1 bilhão e 650 mil contos.
JK conseguiu mobilizar o povo em torno de suas propostas que eram na realidade três:
Quanto à questão energética havia uma série de coisas a serem desenvolvidas durante os 4 anos de Governo. E, sendo assim, a equipe de energia necessitava de um órgão centralizador que organizasse suas atividades. Para tal criou-se a CEMIG (Centrais Elétricas de Minas Gerais). Esta não só desenvolveu seus trabalhos durante o governo que a criou, como também durante os governos que sucederam a sua criação.
Através da eletrificação foi possível estimular a industrialização. A criação de uma siderúrgica dentro do estado era de especial importância para o estímulo desta. Sendo assim, foi instalado em Minas Gerais o conjunto de produção Metalúrgica de Mannesmann, uma empresa alemã, que possibilitou a concretização dos planos de JK de tirar Minas daquela situação “agropastoril” em que se encontrava e elevar o estado às condições de industrialização. Era necessário construir rodovias que possibilitariam o tráfego pelo interior e incentivariam a comunicação social e o escoamento da produção interna. Desenvolver-se-ia, desta forma, a situação econômica de Minas. Construiu-se, então, 3087 km de estradas sob a supervisão do DER e 251 pontes distribuídas por todo o Estado. A construção de estradas favoreceu a integração econômica em todos os sentidos, inclusive no que diz respeito à produção agropecuária.
A fim de incentivar a agropecuária, JK implantou a FRIMISA e a FERTISA, visando à modernização da pecuária e agricultura. JK não se concentrou apenas naquilo que havia prometido em campanha. Além do pleno desenvolvimento das metas prioritárias contidas no binômio que caracterizou sua campanha, muito foi feito no setor de saúde pública e educação.
Foram criados mais 120 postos de saúde. Distribuídos pelo interior, a fim de melhorar as condições de saúde do povo, estes postos em muito ajudaram o crescimento de Minas Gerais, uma vez que o cidadão com saúde se vê em condições de produzir em favor de si próprio e da comunidade. Quanto à educação, deve ser ressaltado que as matrículas no curso primário duplicaram, ou seja, quando JK tomou posse, apenas 680 mil alunos frequentavam a escola primária e ao findar do seu governo 1.100.000 alunos possuíam a matrícula escolar. Além disso, “foram construídos 137 prédios escolares, 37 novas praças de esportes, instaladas 2 faculdades de Medicina, 1 de Direito, 1 de Farmácia e Odontologia, 5 conservatórios de música, 1 Escola de Belas Artes …” e deu-se inicio à construção da Biblioteca Municipal em Belo Horizonte.
JK governou do 1950 a 1954. O seu governo não decepcionou àqueles que nele haviam votado. O desenvolvimento do estado foi uma intenção visível e palpável, digna de um homem que soube calar a oposição, criando condições para dar o próximo passo: a Presidência da República. Seus ideais permaneceriam intactos: trabalho e responsabilidade para com o povo que nele havia confiado.